Um cometa da cor do sangue e fogo atravessa o céu. E a partir da cidade antiga de Dragonstone às margens proibidas de Winterfell, reina o caos. Seis nações lutam pelo controle de uma terra dividida e pelo Trono de Ferro dos Sete Reinos, preparando-se para o embate através de tumulto, confusão e guerra. É um conto em que irmãos conspiram contra irmão e os mortos se levantam no meio da noite. Neste lugar uma princesa se disfarça como um garoto órfão, um cavaleiro espiritual prepara um veneno para uma feiticeira traidora, e homens selvagens descem das Montanhas da Lua para devastar o campo de batalha. Com um pano de fundo incesto, alquimia e assassinato, a vitória pode chegar aos homens e mulheres possuidores do aço mais frio … e corações mais gelados. Quando há um confronto entre reis, toda a terra treme. 

A fúria dos reis é certamente um dos melhores livros de fantasia já escrito. Soberbo do início ao fim, o livro acerta em cheio em deixar o leitor preso a cada página e querendo ler cada vez mais.

O livro, como seu antecessor, se divide não em capítulos, mas em PoVs (Points of View, ou Pontos de Vista, em português), onde Martin narra a ação em volta de cada personagem principal de cada divisão do livro, sempre sob o olhar deste. O livro possui vários PoVs diferentes, incluindo dois novos personagens principais: Theon Greyjoy e Davos Seaworth.

A fúria dos reis mostra os eventos que seguem “A guerra dos tronos”, primeiro livro da série “As crônicas de gelo e fogo”, mostrando uma Westeros agora toda dividida, com vários reis. Agora Martin não narra tão-somente um jogo político, pois o então reino do Rei Joffrey agora se encontra em guerra entre todos os reis envolvidos. Em meio a essa guerra, o personagem de maior destaque é agora Tyrion Lannister, o Duende, substituindo Eddard Stark, que fora o principal no primeiro livro da série.

Talvez um ponto baixo seja o excesso de magia e o aparecimento maior de coisas sobrenaturais, o que faz a trama sair um pouco do chão firme em que se encontrava em A guerra dos tronos. Pode não ser um revés para todos, mas penso que é algo indesejável e até mesmo desnecessário: dragões e os Outros já são até um excesso desde o primeiro livro.

Bem, suponho que já existam trilhões de resenhas sobre tal obra. Não vou me prolongar nos pormenores: optei por discutir cada arco centrado em um personagem e comparar com o primeiro volume.

. Arya 

Uma das minhas personagens favoritas desde o primeiro volume, Arya ganha muito mais destaque neste livro. Passa por maus bocados, é verdade, mas mostra que possui um espírito de Nymeria tão forte dentro de si que instiga qualquer leitor a uivar junto a ela.

. Sansa 

Não tão muito bem apreciada por minha pessoa, Sansa sofre bastante nas mãos dos Lannister. Fiquei meio indeciso se seus capítulos haviam melhorado em comparação ao primeiro livro, mas cheguei a conclusão que sim. Desta vez ela conseguiu mostrar um pouco mais de quem ela é, embora aquela sensação de impotência tenha perdurado por tempo de mais , ou talvez ainda perdure, não sei.

. Tyrion 

Não é um dos meus favoritos, como acredito que seja para a maioria. Porém, seus capítulos neste livro mostraram-se incrivelmente inteligentes. Ou melhor, mostraram que Tyrion é muito mais inteligente do que eu imaginava. E bravo também. Sem dúvidas, o Duende mereceu a boa quantidade de capítulos que ganhou. Seu final, porém, ainda é um livro aberto.

. Bran 

Pobre Bran, nunca me conformei com o ocorrido logo em seu primeiro capítulo no primeiro volume. Sinto que ele é um personagem que tem uma história grandiosa pela frente. Tipo, MUITO GRANDIOSA. Pelo menos é o que eu espero, e o que seu rumo tomado neste livro aponta também. Bran é um verdadeiro Stark de Winterfell.

. Jon 

Ainda gosto muito desse personagem, porém seu arco nesse volume foi bem decepcionante para mim. Os capítulos foram os mais enfadonhos, infelizmente. Porém, o final foi bem interessante, e parece que sua história tem tudo para melhorar.

. Catelyn 

Surpresa, surpresa e surpresa! Para mim, Catelyn surpreendeu com seus capítulos neste livro. A quantidade é bem maior que no primeiro volume, e a qualidade também. Pude notar que ela é uma mulher de fibra, corajosa e digna de ser louvada. Seu final é uma lacuna daquelas que nos faz urrar de ansiedade para saber o que vai acontecer. No mais, minha admiração por ela apenas aumentou.

. Davos 

Não tenho muito o que dizer sobre esse personagem. Ao meu ver, serviu apenas para mostrar o que ocorria do lado do Rei Stannis Baratheon e também para mostrar um pouco mais da Mulher Vermelha. É aquele tipo de personagem que nem fede e nem cheira.

. Theon 

Não sei porque, mas eu gostava muito do Theon no primeiro livro. Agora que ele ganha seus próprios capítulos, não posso mais afirmar o mesmo. Ele é um completo pateta, isso sim. Ambição é seu sobrenome, e não enxerga nada além disso. Entretanto, seus capítulos foram bastante interessantes, ainda mais com a introdução da sua irmã, Asha Greyjoy, uma personagem que curti muito e que acho que valeria à pena ser mais explorada.

Daenerys 

A minha querida Khaleesi retorna com tudo. Bem, queria que isso fosse verdade, mas acontece que Dany e sua trupe estão em maus lençóis por boa parte da narrativa. O que não torna seus capítulos desinteressantes, pelo contrário, são muito bons. Mas ainda fico com aquele gostinho de quero mais, e espero que essa vontade seja suprida na próxima obra.

Indispensável para todos que gostem de uma trama bem arquitetada, personagens apaixonantes e bem construídos, A fúria dos reis só vai deixar o leitor cada vez mais envolvido no cotidiano das pessoas de Westeros, preparando-o cada vez mais para o gigantesco A tormenta de espadas, o terceiro livro da trama.

Livros publicados no Brasil até o momento:

  • A Guerra dos Tronos;
  • A Fúria dos Reis;
  • A Tormenta de Espadas;
  • O Festim dos Corvos;
  • A Dança dos Dragões.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

6 Responses

  1. Essa foi uma série que me impressionou, apesar das altas expectativas. É a primeira série que leio e que não tenho a certeza de que tudo terminará bem. Aliás, essa série tem tudo o que gosto de ver em um livro para considerá-lo bom: trama complexa e imprevisível, personagens bem explorados e aquela tensão que nos faz avançar pelas páginas. Apenas discordo quanto à fantasia: ela está mais presente no segundo livro, mas eu gostei e não achei exagerado (mas eu adoro fantasia, então sou um pouco suspeita para falar). Certamente os livros dessa série não devem ser lidos apenas uma vez.

  2. Eu honestamente visto a série e me sinto ótimo. Eu amo ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar séries baseados em livros. Adorei historia Game of Thrones, conta uma trama extraordinária. A série também é muito fiel aos livros, espero ansiosamente a seguinte temporada. Pelos resumes que li, Game of Thrones 7 promete muito para o espectador e espero que assim seja. Deixe de ver a serie há um tempo, mas acho que a voltarei a ver. Achei muito interessante a maneira em que terminou a última temporada por todos os spoilers. Acho que as atuações foram muito boas, é uma das minhas serie preferidas.

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